sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

UMA PERNA QUEBRADA NA ALTURA DO JOELHO.

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O Cliff fuma demais, dois maços de cigarro por dia e dos paraguaios, os mais baratos e vagabundos já criados pela industria da pirataria, condenando seus pulmões á um triste fim antes dos 50 se ele chegar até lá.
Bebe quase toda santa noite, bebe pinga, bebe vodka, cerveja, rum, jurubeba, vinho, cortezano, enfim, qualquer coisa liquida e etílica que lhe chegue às mãos, levando seu fígado, pâncreas e billis a um teste de sobrevivência.

Mistura tudo isso a aminoácidos, creatina, estriquinina e outras porcarias e se taca numa academia.Tem o pescoço taurino e uma força bruta sem técnica alguma.Apenas uma vontade de saber que ainda consegue fazer aqule troço.

Saio pela rua, entro a direita e telefone toca. É um cara bacana, amigo de infância.

-Cara, da pra dar uma chegada aqui?

-Da sim.

-Beleza, então to te esperando pra almoçar.

-Em 10 minutos estou ai.

Chego e entro no escritório. É uma sala grande e clara como o Sol bem no centro da cidade.

Ele tem a aparência jovial e confiante. É apenas dois anos mais novo que eu, mas aparenta ter pelo menos uns 15 a menos. NÃO! EU É QUE APARENTO TER UNS 20 A MAIS!! Espelho, espelho meu, o balde de fezes que me coube...Os anos de trabalho noturno custaram-me os olhos da cara e a pele dos ossos.

-Cliff! Como vai camarada.

-Henry, seu malandro! Ta numa boa hein bicho!

-Cara, esse lance pintou e foi bacana mesmo.

Ficamos sentados ali um tempo batendo papo. Ele tem uma cabeça boa, um milhão de idéias.

-Não sei Henry...sabe, já estive varias vezes sentado em salas como essa, com um cara atrás da mesa e eu indo embora sem picas no final.

-Cara, preciso de idéias de um cara como você aqui.

Comemos bem e nos despedimos deixando algumas idéias no ar.

O Cliff não sabe se vestir usa calças acima do numero pra não compara skate wear. Usa cintos em petição de miséria, compra sapatos usados.

O Cliff não tem bons modos à mesa, não usa faca pra cortar pão, amassa a garrafa de plástico quando bebe água no gargalo. Ele ronca, ele peida, ele tem frieiras que já tentou curar, mas não consegue.

Tem tatuagens velhas e algumas delas são tão mal acabadas quanto tua própria cara.

O Cliff não passa em concursos, não vai bem em redação.Não se da bem com pessoas do alto escalão, mau se entende com as do médio e convive em meio ao baixo.

Ele detesta freiras, moedas, raquetes de tênis, shopping centers, comida enlatada, batidão, musica country, moda country, pessoas de um modo geral.Odeia gatos, peixes ornamentais, novelas, comerciais de novelas, atores de novelas e mais uma porrada de coisas que eu demoraria uma eternidade pra elencar.

O Cliff suja os dedos de merda quando troca a fralda dos filhos. O Cliff coloca a fralda torta nos filhos e depois, quando a fralda vaza, põe a culpa nas marcas que compra.

Ele é pai, é filho, é espírito de porco

Amém.

Saio do almoço e dou uma volta pelas ruas pra matar o tempo.

O strip tease da multidão é o filme de horror da humanidade.

Época de natal e todo mundo se embrenhando naquela selva de consumo insano e eu também faço parte.

Entro numa loja, compro carrinhos, selos e outras coisas e dou sorte de enconchar uma vendedora com cara de vagaba que esta desesperada por uma comissão.

Saio tomo uma cerveja, fumo um cigarro e cruzo o velho portão azul.

Ele esta no balcão com uma cara estúpida e feliz.

É um cara e tanto.

-E ai bebezão! Como estão as coisas?

-Numa boa Cliff e você?

-Levando cara, levando e seguindo.

Uma garota se aproxima, Gleed Mayers.

-Cara ela é mesmo um carnão.

-Sei lá Proc. Só a acho bonita, deve ser boa com uma piroca na boca, mas tem pernas que mais lembram a porra de um Galeto.

-Ela te acha um escroto.

-A maioria acha bebezão, a maioria.

-Ola Proc! Boas festas! Você não ficou chateado com o que eu te disse a tarde não é?

-Não.

-Eu só tava brincando.

-Eu sei.

Vou ficando cada vez menor em meu canto.

Um ser abissal, homem abjeto, de poucos amigos.

Ela me olha por pura educação que eu, sinceramente, dispenso.

-Oi Cliff.

-Oi.

Saio de fininho em quanto os dois conversam animadamente.

Pego uns papeis e me mando pra rua.

O Cliff mau paga as contas, vive pendurado numa corda bamba em empregos escrotos desde os 16 e não há de melhorar.

Não é nomeado nada alem de alcoólatra e viciado em corridas.

O Cliff lê revista de sacanagem, site de sacanagem, outdoor de sacanagem e passou a adolescência e parte da fase adulta espiando o mundo pelo buraco da fechadura.

Fica de pau duro em horas erradas e passa por situações que seriam constrangedoras se tivesse um mínimo de moral, mas ele é amoral, nem boa nem ruim.

Apenas ele.

Cliff Viajando na Jamaica a bordo de uma nuvem dourada, Uma estatua do Cliff bem no centro de ST. Bernardino com uma calça de general e chapéu de Napoleão. Cliff dando lambadas numa morena de rabo grande e olhos azedos. Cliff lelé da cuca preso pelas grades do mundo e se perguntando onde estava a sorte que lhe fora confiada e nunca lhe foi entregue.

O Cliff toca guitarra mal, e dirige ainda pior. Não sabe fazer baliza e quando estaciona o carro no mercado acaba pegando 2 vagas.

Paro o carro no portão e ele vem me atender.
É começo de noite e ele tem uma aparência bem disposta.

-Cliff meu nego! Até que enfim hein!

-Fala Clyde seu safado sortudo! Estaciona pra mim que eu não sei esconder o carango nesse mocó.

-Você é um braço duro mesmo.

-Nunca neguei.

Entramos e lá esta a velha confraria. Sam, Clyde Aby e Jermaine.

-Fala negão vadio.

-E ai Sam, seu puto!

-Você nunca mais me ligou, seu merda!

-Você mudou o numero de telefone narigudo imbecil!

Abro uma garrafa de cerveja dou um grande gole e ele chega reclamando.

-Vocês só sabem é encher a cara!

-Porra Jermaine, não fode cara! Beber não é pecado. Se fosse, Jesus não teria transformado a água vinho e sim em coca-cola ou suco Del Valle.

-Vai te foder!

-Me passa a porra do Peixe!

-Não chama o peixe de porra! Você come porra?

-Não, mas eu conheço uns bons safados que bebem.

-Pro inferno essa merda!

Continuamos ali bebendo e comendo peixe e rindo e vivendo o fim de nossos dias.

Asas de liberdade momentânea, jockeys do inferno chicoteando cavalos de fogo!

Cliff chora quando vê filmes e quando ele chora é aquela chuva de lagrimas.

Cliff já chorou em hotéis que eram verdadeiras espeluncas, chorou em quartos baratos e sem luz.

Cliff se apaixona em um minuto, se empapuça em 30 segundos e é capaz de te odiar em 5.

Ele não escreve um texto que preste a anos e ficou horas sentado em frente a maquina pra escrever isso aqui que no fundo ele sabe que é uma bela de uma merda mas foi o melhor que conseguiu.

Ele tem medo da zebra do fantástico, medo do Boris casoy, tem restos de cogumelo espalhado pelo estomago e um coração feito com peças velhas de um relógio qualquer.

E ele tem uma perna quebrada na altura do joelho que o impedira de se ajoelhar ante DEUS em seu miraculoso palácio hebraico no alto dos céus e o ouvir dizer ao menos uma vez.

MISERICÓRDIA

MISERICÓRDIA

MISERICÓRDIA

Meu velho safado...

Por você e por tudo que te fiz passar.

Entrei liguei a tv e vi Tyson arrancar a cabeça de Thomas com dinamites de direta.

Fui ao quarto tirei as calças velhas e deixei que a musica tocasse.

Era tudo o que restava a fazer.










quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

12 PREGAS

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Herbie me ligou na manhã de quarta dizendo que no dia seguinte conseguira, após longos 9 meses de aguardo, um exame que custava os olhos da cara, no serviço publico, mas era necessário um acompanhante pra encarar o troço e assim, fui selecionado

Levantei cedo, tomei os remédios matinais (maldito estomago que me fode como um gambá!) acendi um cigarro me troquei e sai pela rua com destino a um dia que poderia ter sido bem melhor.

Entrei no ônibus, desci no terminal e corri pra outra fila. (Preciso comprar logo um carro, minhas histórias tem se passado demais em filas de ônibus e lugares assim)! Então o telefone tocou.

-Aonde você ta Cliff?

-To mais adiantado que imaginava pai. A gente se encontra no metro.

-Certo

Desci do ônibus, subi as escadas rolantes, rolando feito bosta lá pra cima.

Parei na lanchonete e pedi um chapado. Sentei no banco e quando comecei a comer uma senhora sentou-se ao meu lado. Ela não tinha uma orelha. Era apenas um buraco com alguns pelos salientes. Olhei pro pão e pro chocolate. Não tinham mais uma aparência bacana. Talvez por causa da falta de orelha de minha acompanhante ocasional.

Paguei, dei duas dentadas engoli o chocolate e olhei o relógio da estação.

Segui pelo corredor e encontrei Herbie vindo pelo lado de baixo.

- E ai pai? Como ta?

-Numa boa, falaram que é um lance sossegado mas precisa de um acompanhante.

-Claro, vamos?

-Vamos lá pro lado de fora que tem uma linha direta e mais tranqüila.

-O que você disser.

Saímos da estação e fomos pro Sol. Herbie estava realmente com uma cara boa, de bermudas e camisa de gola em V. Herbie era um cara bacana alem de ser meu pai. Bruto durão áspero feito lixa 5 mas um patcha coração.

-E a Maggy? Já era mesmo?

-Dei-lhe um pé no rabo e ela aceitou. Não vou reclamar e dizer que foi só uma longa foda, mas não foi o amor da minha vida e já não dava mais.

-É, é mesmo.

-E você?

-Vou levando.

-Os guris estão um barato.

-Tão mesmo.

Ficamos ali na fila curtindo o Sol e olhando os rabos que passavam.

-Olha lá.

-Hum...

-Forte.

-É...

O ônibus chegou e entramos com todas as outras pessoas em direção ao hospital.

Entramos 10 minutos adiantados em relação ao horário marcado, entregamos os documentos e sentamos.

-Acho que vai ser rápido.

-Sem crise meu velho.

Um senhor de seus 80 anos chegou junto de um cara grande que mais parecia a porra de um índio mohawk.

- Ai? Esse é seu garoto?

-É.

Nos cumprimentamos e sentamos olhando os números no painel.

Um dia em hospitais, numa fila, vale mais do que bancos de faculdade em vários aspectos. Você esta lá, na beira do abismo, mas conta ainda com esperança e a fúria de um tigre velho, a ferocidade da proximidade do fim pra te fazer superar os desafios que estão por vir.

Por fim o nosso numero surgiu no painel e fomos até o local.

Uma morena alta de óculos e um insinuante par de coxas grossas nos atendeu.

-Sr. Herbie, o senhor será o próximo. Devo dizer que o senhor pode ter algumas complicações como desmaios ou queda abrupta de pressão.

-Não me disseram nada disso, mas esta tudo bem.

Logo na seqüência chamaram o amigo de meu pai. O vi ao lado de seu filho junto da morena que mostrava agora uma boa gama de coxas gesticulando loucamente e com um olhar aflito.

Veio pra junto de nós.

-Te disseram que é sem anestesia?

-Não.

-Cara, fiz esse exame uns 14vanos atrás a seco e sinceramente isso é desumano.

-O que é no fim das contas?

-Eles enfiam uma agulha grande pra diabo com uma espécie de micro chave turquesa na ponta pelo lado do teu rabo e vão até no fundo. Lá dentro cortam uns 12 pedaços. É como ser mordido por um cachorro dentro do cu!

-A seco?!

-Se derem anestesia, você leva de boa, mas a seco é praticamente homicídio.

Voltamos pra mesa da morena. Ela mostrava cada vez mais coxas, talvez tentando dar um alento, ou enganar o touro que seria abatido.

-Precisamos falar com o médico.

-Ele não se encontra sr. Herbie.

-Olha garota, eu não farei esse troço a seco de jeito nenhum.

-Talvez não doa tanto.

-O Tyson disse o mesmo ao Riddick.

-Hã?!

-Olha, se alguém entrar naquela sala e ter o rabo cortado internamente por uma turquesa, só 12 pregas, eu entro e nem faço careta, caso contrario eu me mando.

-Nesse caso teremos que remarcar pra uma data muito posterior.

-Nesse caso eu aguardo.

Saímos sob o Sol de dezembro olhando as compras de natal e o aguardo do bom andamento do serviço publico.





segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS 5

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Blake olhou no espelho e percebeu mais uma vez tudo o que o tempo fizera com ele.

A pele marcada e a testa franzida, os olhos reduzidos à fendas, os cabelos brancos criavam um teto para um teatro queimado, uma bandeira de derrota ululante.

Caminhou pela sala e lembrou-se de quando pisava em carrinhos e bonecos. É... O tempo passara mesmo e agora, parafina, camisetas, livros e alguns cds ainda insistiam em ficar no chão, mas agora era diferente.

Olhou pela janela e os viu sentados à beira mar. Meu Deus! Eram fortes, belos, viris.Tinham um mundo pela frente e mãos duras para agarrá-lo.

Sentiu-se feliz como há tempos não ficava. Uma sensação de soldado honrado no campo de batalha que vencera o inimigo e cumprira sua missão com louvor.

Pegou a mala, os livros o note jogou dentro do carro e foi até a areia caminhando levemente.

-E ai rapaziada!
-Oi meu velho.

-Você vai mesmo pai?

-Estarei aqui ao lado Jamal, e sempre estarei com vocês. Toma! Uma cópia das chaves. A porta estará sempre aberta.

- Vamos ficar aqui com a mamãe um tempo pai, mas sempre estaremos lá.

-É claro Mike.

-Você segurou bem a onda, sempre nos livrou de tudo e todos.Obrigado.

-Escuta Hank, vocês são a luz no fim de tudo cara! Eu devo a vocês. Sem vocês eu não teria conseguido. Mas fico feliz em ver que vocês se tornaram homens incríveis, fortes.

Foram lhes tirada a atenção por 3 jovens que passavam desfilando minúsculos biquínis fio dental.Corpos jovens, bronzeados sorridentes, oferecendo-se aos 3 garotões dourados pelo Sol.

-Vejam isso minhas crias. Peitos, bundas, xotas, todas ai, loucas por vocês, mas tomem cuidados! Elas podem te matar. O Amor é um cão dos diabos!

-Velho depravado!

-Mandem um beijo pra Eleanor quando ela passar por aqui.

-Podemos ficar com o carro?

-O carro é de vocês Mike, eu vou ficar com a coisa.

Se abraçaram e sorriam. Espartanos, não se permitiam chorar embora fosse essa a vontade.

-A gente se vê no vovô Herbie semana que vem.

-Vai fazer o que agora velhão?

-Dar uma banda, acho que mereço.

-Merece sim! Abraço!

Blake ligou o carro velho e cansado saiu pela orla.

Poucos amigos, ninguém à sua espera.Apenas um holandês voador, um fantasma morta a anos.

Apenas um velho em busca de paz e se houvesse um novo amor na estrada ter cuidado pra não tropeçar.

Parou em frente à um puteiro barato e entrou.

Era um bom começo.

Em casa, comida à mesa, a cadeira vazia.

Sem a fala rude, sem gritos.

Betty respirou profundamente aliviada e enfim se permitiu sorrir.

FIM




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O MAOR É UM CÃO DOS DIABOS 4

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Blake entrou em casa e viu a porra da pia suja e cheia de potes boiando como um naufrágio.

Devia ser pelo menos a milésima vez que ele via aquela cena diante de seus olhos e ainda assim lhe causava náuseas, ainda mais agora que o estomago de Blake após anos de pedreira, cachaça e outras porcarias começava a reclamar.

Foi à janela acendeu um cigarro, voltou começou a lavar a louça e ouviu Betty no quarto.

Era simplesmente inacreditável ver como os dois viviam.

Detestavam-se era bem verdade, mas tinham os garotos e havia Eleanor numa fase critica de inicio de adolescência.

Blake era um sujeito abjeto e estranho, mas assim mesmo e acima de tudo era um cara responsável pacas.

Prometeu pra si mesmo NUNCA deixar os guris sem a sua referencia, sem a sua presença.

Ouviu dentro de sua mente a voz de Herbie e Geena

“ERA PRA TER ACABADO HÁ TEMPOS, MAS SEGUREI A BARRA ATÉ VOCÊS CRESCEREM” ·...

Seria uma sina? Estaria ele condenado a viver dessa forma até o fim de seus dias?
Não soube responder, apenas foi a o quarto e viu os guris dormindo e sentiu-se calmo.
Eles eram como uma dopamina pra ele, um pedaço tangível de paraíso.

Levantou os guris uma a um enquanto ela se trocava também e ai, depois, enquanto estavam só os dois é que as coisas se tornavam ainda mais difíceis e insanas.

Ele se via no espelho e sabia que estava acabado e ela fazia questão de lembrá-lo disso sempre que possível e ela também já não era mais nada e ele a lembrava constantemente.

Tinham seus bons momentos e as fodas e até algumas alegrias juntos, mas sabiam intimamente que era como olhar uma vela se apagando.

Ela gritava e não era fácil segurar a barra.

Ele se calava e era difícil restistir.

Deixou o dia correr e se mandou pros treinos,

Ela se fechou em seu canto com seus hobbys e fingiu sorrir.












sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS ³




Blake enfiou o pau no rabo com força e ela tentou escapar. Ele segurou suas pernas com uma chave de jiu. Tocava um Marvin Gaye bem baixinho de fundo no quarto.

Betty sentiu uma certa dor, era com se fosse rasgada, mas assim mesmo era bom.

-Uh...

-Shii..

Blake tampou-lhe a boca com um beijo e seguiu com calma e o troço foi entrando firme como um braço de bomba de óleo flu flub flub.

Foi em frente até que gozaram.

Pelo menos ele gozou.

Ele saiu de dentro e rolou pro lado
-Meu Deus! Meu Deus!
Blake não sabia exatamente o por quê, nem o que é que DEUS tinha a ver com isso, mas sempre dizia “Meu Deus” Quando gozava.

-Shi...Quer acordar os bebês?

-Uff.
Agora era a vez de Betty tapar-lhe a boca.

Ela se levantou foi ao banheiro se limpar e Blake limpou-se no lençol.

Levantou, passou a vista pelo quarto das crianças e depois foi pra cozinha fumar.

Olhou a pia com louça pra lavar, mas não se importou naquele momento.

Depois de uma boa foda as coisas costumam ficar calmas.Voltou pra cama e dormiu de conchas com Betty.

Acordou cedo no outro dia, abriu uma garrafa de vinho pela metade serviu-se de um gole.

Levantou os guris e ficou brincando com eles.

Era feliz demais com aquilo. Era uma hora onde esqueci das contas a pagar e das demais mazelas diárias que nos entopem de merda até os olhos.

Betty cozinhava couve ao molho Branco. Receita de Geena que sempre tratou bem de Blake.

Depois Blake amarrou o sapato dobrado na cama, se levantou chacoalhou os trocados no bolso, as chaves, o cigarro, deu um beijo em cada um dos guris, um em Betty e se mandou pro trabalho.

No caminho, olhava os rabos que passavam na rua e trocava olhares rápidos com os que correspondiam.

Sempre fora um tarado depravado, herança de Herbie talvez, talvez não.

Depois foi a manhã nascendo e ele voltando pra casa e chegando e vendo Betty comendo bombons e lendo revista contigo.

Quando o dia nasce assim e você ainda não deu uma foda, é por que de alguma forma te foderam.

Nessas horas, se olha e se pensa em juízo claro, mas deixa tudo pra lá, esperando que o dia seguinte amanheça com uma cara melhor.