E quando a viu pela primeira vez, sentiu-se assim deslumbrado. Como aquele que vê o incrível frente aos seus olhos nus
Era ela como TUDO que ele sempre sonhara pra si.
Dona de TUDO que ele
sempre pensou ser impossível conceber em
uma só pessoa.
E imaginou-a rodopiando em seus braços, leve como a noite,
sinuoso tal qual a fumaça que baila desafiadora e calada, na parceria da
escrita.
Sonhou uma canção para ouvir com ela.
Alguém pra não mudar.
Alguém a quem não explicar
Seu jeito.
E quando a fitou com seus grandes olhos cansados, foi como
ver as belas fotografias de Pi.
E ouviu sua boca sempre falante se calar.
E sentiu, a cerveja que sempre umedecera seus lábios se
secar.
Percebeu-se pequeno diante dela, como quem mira o universo.
Como um tigre a olhar o Oceano.
Profundo
Mágico
Infinito.
E quando ouviu sua risada,
constrita, ouviu os acordes de suas favoritas canções ritmarem com o rufar de
seu coração, no ritmo acelerado das músicas gritadas que embalavam seus dias.
E também os dela.
Sentou-se à maquia e fez das letras seus pincéis e das
palavras tintas que a eternizaram em aquarelas de luz.
Mas seu talento Goethico cunhado no atraso e na perda fez-se
presente.
E como um voyeur no limiar do
espaço lembrou-se menino a olhar a camisa 8 canarinho.
Que sonhou vestir e viu se
transformar
Como a imagem dela
Oh! Deus! Como era bela.
Num retrato na alma para guardar.
Num retrato na alma para guardar.