quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS ²




(PARTE II)

Herbie entrou em casa acompanhado de uma morena baixinha, cabelo franja anos 80 e um belo rabo. Sentaram-se à mesa e tomavam um bom café quando Blake entrou.

-Oi pai! Bom dia...?

-Susan. Então, esse é o Blake?

-É sim.

-Prazer.

-Meu também.

Blake foi pro quarto, ligou a tv e ouviu os risos vindos da sala.

Herbie era um cara legal e merecia uma segunda chance de ter um bom relacionamento.Torcia pra que Geena também encontrasse alguém legal.

Saiu pra rua e a noite estava fria.Sentado na praça viu um casal que não conhecia, mas que tinha mais ou menos sua idade com um gurizinho.

Blake sempre foi louco pro crianças, sempre sonhou com um “blakezinho” andando por ai.

Resolveu dar um passeio qualquer.

Foi até Sta Filomena, pra uma conhecida casa de 20 mangos.

Entrou, olhou algumas garotas já conhecidas, bebeu uma cerveja, mas não quis foder.

Saiu, entrou no carro, acendeu um cigarro, e chegou a uma casa de 200 mangos, mas também não se sentiu atraído à entrar.

Foi pra um velho bar na cidade ao lado e começou a assistir lutas velhas de boxe.

No final de uma delas, uma entrevista com a filha de Ali.

É...

Foi pra casa e ao entrar Herbie havia deixado um bilhete colado na geladeira dizendo que não dormiria em casa.

Deitou-se, tentou dormir, mas foi em vão.

Sentia-se apertado na cama, como se tivesse 3 metros de altura de uma hora pra outra.

No outro dia, ao chegar no trabalho ligou pra Geena.

-Oi mãe! Como vão as coisas?

-Bem, numa boa mesmo.

-Acho que vou dar uma passada ai amanhã.

-Hum...Não vai dar. Vou sair.

-Tudo bem.

-Quero que você venha conhecer o Norman qualquer hora dessas.

-Então meu novo papai chama Norman! Legal! Só espero que o sobrenome não seja Bates.

-Hehehe...Bobo! Não é não. E você filho?Nunca mais viu a Becky? Ou a Millie?

-Millie mudou-se pro interior e a Becky não da mais.

-Hum...

-Bom, no próximo domingo vou ai ver o Bates.

-Não avacalha! Beijo Filhote!

-Beijo mãe.

Blake passou o resto do dia matando tempo no trampo até a hora de sair.

Saiu, passou em casa, tomou um rápido banho e se mandou.

Vagou pela madrugada vadia até acabar a noite com uma puta qualquer de 20 mangos num motel boqueta do centro.

Acordou com uma ressaca braba e ao ir à padaria comprar uma Tonica encontrou Betty.

Betty era magra, baixinha e tinha um rabo empinado e alegre.

Conheceu Betty melhor quando estava fodido com a perna podre e ficavam papeando um pouco enquanto ela cuidava de sua filhinha Eleanor.

Betty, sempre estav com sua cria e isso era bom. Maternidade, algo que supera barreiras e quebra algemas.

-Oi Blake.

-Oi Betty.

-Nossa sua cara ta horrível!

-É assim desde 78, nunca consegui arrumar.

-Tonto!

-É...Noitada e álcool...Acaba com qualquer um.

-Talvez já seja hora de sossegar o facho.

-Pode ser.Até mais.

-Até.

Blake pegou a Tonica, cigarros, aspirinas, chicletes e foi pra casa sentindo o rabo murcho e mole.

Estava ficando velho pra gandaia.

Entrou em casa e se olhou no espelho.

Detestava moedas, freiras, mickey mouse, musica country.

Detestava comida enlatada, festas de natal, musicas de natal, natal.

Cutucava o nariz com o dedão o tempo todo, bebia vinho em garrafão, tinha hemorróidas e frieiras.

Não tinha Deus, não tinha planos, era apenas uma pedra jogada no rio.

Era um cara estranho, bruto e opaco tal qual madeira.

Sua cama parecia menor que na noite anterior.

Herbie entrou com Susan e sorriu pra ele no quarto.

Depois, Mandy, sua irmã, chegou em casa com Billie e os quatro saíram pra uma pizza.

Blake foi pra Watermellow bar e encheu o caneco.





terça-feira, 22 de novembro de 2011

O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS¹




(PARTE I)

Blake acendeu um baseado e sentou-se sozinho no alto daquele morro naquela manhã cinzenta de outono. Deu um trago, segurou a fumaça no peito e depois soltou junto de um pigarrear.

As coisas estavam estranhas em casa.Parecia que a casaca do ovo se romperia a qualquer momento e as pessoas já não mais se suportariam. Blake já era um cavalo velho o suficiente pra entender o que tava rolando e assimilar o golpe como um bom pugilista, mas assim mesmo, era meio doloroso.

Desceu do morro e foi pra rua. Encontrou alguns camaradas e depois foi pra casa. Tomou banho e foi trabalhar, ao chegar Geena veio falar com ele.

-Blake! Vem cá filho.

-Oi mãe? Que foi?

Blake adorava sua mãe. Sempre foram mais amigos que mãe e filho e sempre se conversaram abertamente.

-To indo embora guri.

-Diabos mulher! Não precisa ser assim!

-Não da mais pra mim.

-Bom...Eu nunca ficaria contra uma vontade tua. Mas não acho que seja o melhor a fazer.

-Eu sei que não, mas é assim que será.

-Ta certo então. Te levo até east side.

-Tudo bem.

Foram ouvindo Minnie Riperton e outras coisas velhas da motown pelo caminho.

-Sabe...Se não fosse por essa motown acho que você não estaria aqui hoje.

-Também acho.

-Não era assim que eu planejei filhote.Espero que você entenda.

-Claro mãe...Claro.

-Já era pra ter acabado há muito tempo, mas eu segurei a barra até vocês crescerem sabe...

-Sei.

-todo começo é bom, mas amarga do meio pro fim.

Chegaram à east side e Blake desceu as malas dela em frente à porta.

Abraçaram-se fortemente e Blake não teve nenhuma vergonha em chorar.

Despediram-se e Blake acelerou rumo ao centro.

Entrou num puteiro mequetrefe e fodeu.

Gozou amargo e grandioso e depois foi pra casa.

Entrou na sala e viu Herbie olhando a janela.

-Oi garoto.

-Oi pai.

-Ela foi embora né? Bem...Diabos...é assim e assim.

-É.

-Sabe garoto, já era pra ter rolado há tempos, mas eu segurei a barra até vocês crescerem.

-Entendo.

Blake gostava muito de Herbie.

Era um homem duro e amargo porem, justo e companheiro.

Tinham muitas brigas isso era bem verdade, mas era um grande cara e acima de tudo um grande pai.

Herbie pegou o cachorro e foi pra rua.

Blake foi à janela, acendeu um cigarro e prometeu-se em silencio nunca passar por isso.

Sempre haveriam os puteiros mequetrefes, os bons, o poker e outras coisas que o livrariam.

Com ele seria diferente...