quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

INTERURBANO

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Matt estava deitado no sofá já havia dias e as coisas pareciam que continuariam assim por um bom tempo.
A bem da verdade, nem mesmo ele sabia como tudo aquilo havia começado.
Pintou como uma coisa qualquer e foi crescendo feito massa de bolo com fermento Royal e depois que se deglutiu, o devorou como um monstro devora sua caça.
O telefone tocou e ele viu o numero.
Suspirou fundo e atendeu.
-POR QUE VOCÊ DEMOROU TANTO PRA ATENDER ESSA PORRA!? VOCÊ TEM QUE ME ATENDER, VOCÊ ME DEVE ISSO!!
-Tudo bem, pode falar.
-Ta uma merda aqui.
-Aonde você ta?
-Estou longe de você, estou numa boa, DA PRA CALAR ESSA MERDA DESSA BOCA E ME OUVIR?
-Manda.
-Eu estava bebendo num bar hoje à tarde e de repente chegou um cara ao meu lado. Ele era GRANDE, grande mesmo e forte e bonito, não era um matusquela igual você.
-Aposto que sim
-CALA ESSA BOCA SEU MERDA! É VOCÊ QUEM TA PAGANDO ESSA BOSTA DESSA CONTA?! NÃO! ENTÃO CALA A BOCA E ME OUVE.
-Siga.
-Ele era grande mesmo, chegou ao meu lado e me ofereceu uma cerveja.Acabei aceitando e ficamos batendo papo. Ele me disse que era estudante de direito, quinto ano.Me chamou pra dançar e colocou uma moeda na jukebox.
Você sabe que eu não sei dançar, mas mesmo assim nós fomos.
Ele começou mais a roçar em mim do que qualquer outra coisa e fui sentindo o pau dele crescer na minha barriga.Era grande. Você ta me ouvindo?
-Hum hum.
Matt subiu as escadas pé ante pé sem fazer barulho algum. Abriu cuidadosamente a porta do quarto e viu que Karen ainda dormia.
-Você ta me ouvindo Matt?
-To.
-Ótimo.Então. Daí, fomos andar um pouco pela cidade. Ele me convidou pra irmos até a sua casa e eu topei.ficamos bebendo mais um pouco e de repente fomos pro quarto.Ele me fodeu de verdade. Me bateu na cara e me tratou como um homem trata uma mulher. ELE NÃO ERA COMO VOCÊ SEU MERDA! Ta me ouvindo?
-Hum Hum
-Que merda é hum hum? Você ta com medo DELA? Você é um merda, um medroso. Não sei como pude passar todo esse tempo com você?VOCÊ TA ME OUVINDO? NÃO ME IGNORE!
-Tô.
-Volto pra cidade amanhã, vou ver a Sheila e depois talvez eu te ligue.Espero que me atenda, mas sei que vai atender.
-Sim
-Tchau, seu merda!
Desligou o telefone na cara de Matt e ele ficou ali, no andar debaixo sentado no sofá.
Levantou-se foi à cozinha, pegou uma cerveja, dois calmantes e atirou tudo goela abaixo.
-Quem era no telefone?
-Era Sara.
- O que ela queria?
-O de sempre. Espinafrar e xingar e me dizer que fodeu com um cara de pau grande.
-Hum.
Karen subiu e Matt voltou ao sofá.
Você não precisava ser um bêbado pra acabar machucado. Você podia ser um cara qualquer numa tarde besta e acabar se machucando e virando um bêbado. E Matt se machucara e machucara Karen e ignorara todos os conselhos e sabedoria angariada em anos.
E agora, fitando o concreto da sala, tentava, como tantos outros bêbados, encontrar o sono, que dificilmente apareceria.