sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Pedaços de lembranças molhadas por cerveja



Publicações aleatórias feitas no facebook


Dai você, que esta cansado pra burro para o carro na porta da escola e eles descem trepidando e rindo, chacoalhando os pequenos esqueletos de quase 5 anos de idade e começam a pular.
-Que é isso maninho?
-É rock pai!
-É muito legal esse rock.
-Como é que dança o rock?
-Áh,,,É assim que dança pai doidão.
E eles começam a sacudir e rir
as 7:00hs da manhã
E ai você vê que apesar da enxurrada de merda que lhe cai sobre a cabeça, ainda vale a pena seguir em frente e, que o bom gene musical sobrevivera a mais uma geração.
http://youtu.be/oHDaKtx6bGY



Nuvem
Eu sei que o fator tempo é algo fatal e irreversível.Sim, estamos envelhecendo e o tempo correndo louco à nossa frente, sempre nos empurrando pra esse abismo.
Concordo que vivemos por mera questão de estatística entre milhões, e de certa forma, esse fator temporal é o mais legal, aproveitemo-lo e vivamos conquistando amizades e fazendo pequenas vitórias que nos façam gigantes de miniatura.
Mas não sou eufêmico a ponto de achar tudo lindo e nem tão criança a ponto de saber tudo.
E a pulga, velha pulga me pega atrás da orelha nessa manhã fria em Sp.
Seria só o tempo?
Seriam só os cigarros e os desmandos da juventude cobrando seu imposto agora?
Por que desde 2009 tudo se acelerou tanto?
Por que a bala esta indo pra dentro da própria cabeça?
Por que aquele cara legal, tranquilão surtou de vez?
Por que tantas vezes, se repetindo, repetindo, repetindo e de novo, again?
por que a gente já aceita com tanta naturalidade?
Por que se tornou banal? Só mais um?
Por que será que quem foi, nunca voltou pra chorar, e nunca voltou lamentando?
Seria realmente fácil apostar tudo numa trama divina, os céus e pronto.
Seria fácil jogar no tempo...
Mas eu acho mais fácil se perguntar e ao responder ver que não é tão fácil assim.
E mais uma vez o telefone toca e é outro cara, escapa por pouco.
e outro que beira e ninguém sabe o por que e a escrita o salva, e diverte quem lê, mas no fundo é tudo mais do mesmo.
Desencano, fujo pro meu vídeo game e pro papel.
Mas será que fugirei pra sempre?
Será que não serei o próximo e será, será que quem pode e deve olhar um pouco vai parar pra ler e entender ou vai virar a página, dar de ombros e dizer que faz parte do jogo, jogo sujo que jogamos?
Sei lá, só sei que você também faz parte disso, quer queira ou quer não e se não pode salvar o bote que afunda, pelo menos não mande uma boia de tijolos.


Lembro que em 1986, logo que nos mudamos com a família do Ipiranga pra são bernardo do campo, tive uma tremenda dor de ouvido e meu pai levou-me ao ps da Vivaldi, o verdinho pra quem lembra, e lá chegando,após aguardar um tempão, fui informado pelo médico que ele não poderia sequer me examinar, pois não havia pilhas para colocar em seu aparelho de aferição auricular.
Lembro que após a devastadora sequência, plano verão, plano funaro e plano collor, as coisas ficaram economicamente pretas e meus pais foram obrigados a retirar-nos, eu e minha irmã, do colégio particular que ainda era no mesmo Ipiranga e fazia com que viéssemos espremidos no "Cata-osso",nosso patrimônio do transporte público da viação "Relaxo-grande" , eu com 9 e ela com 6 anos e nos matricular na rede pública, o que, confesso, trouxe-me um grande ganho em matéria de convívio social, porém, um inenarrável déficit educacional , e isso no começo dos anos 90.
E em 94, lembro de minha mãe chorosa no quarto, o cigarro pendurado na boca, o olhar cinzento, pois num hospital da nossa rede pública, minha afta foi pré-diagnosticada como câncer de boca.
Depois veio a conclusão do ensino médio e a falta de grana pra faculdade, bolsa, só cairê mesmo, coisa de velho.
E o tempo passou, e veio meu joelho quebrado, graças a Deus, porto seguro-intermédica e minha avó morreu, no corredor do central, isso mais ou menos em 2002.
E esse ano, quase 30 anos após todas essas desaventuras, vejo um monte de gente formada pelo prouni, indo às ruas reclamar por saúde, transporte e educação e colocando a culpa de todas essas faltas na copa.
Porra, já passaram,só do que eu me lembro e minha memória é fraca, 7 copas, sem ter nada disso e ninguém protestou merda nenhuma.
Então eu digo, não sou petista, mas também não sou ingrato.
A Dilma não é uma maravilha, mas o" Bolsonaro Kill"N" ALL" , O farináceo Neves, que é neto do melhor presidente que o Brasil já teve, só por que morreu sem fazer nada, não são soluções nenhuma e é válido lembrar que sempre da pra ir mais pra baixo do que se está.
Então, pare de ser hipócrita, se quiser pode me xingar, mas coloque sua camisa, pinte sua rua e grite gol!
Seja do Brasil, da Alemanha ou dos emirados árabes unidos.
E em outubro, pense bem e vote, a revolução está ai.
E se for pra quebrar, ser black block, tem um monte de médico faltando em hospital e recebendo pra isso e não toma lambada.
Dê uma carona pro seu amigo da facul ou do trampo e melhore o trafego de veículos.
Proteste contra a progressão continuada e peça pra que deem mais livros nas escolas públicas aos seus filhos ou irmãos mais novos



Sim, foi eu
Foi eu quem roubou seus cigarros, uns 22 anos atrás
Foi eu quem roubou a rigidez de seus seios muito antes disso
Foi eu quem roubou teu sono em frias madrugadas de um distante maio
Foi eu quem roubou teu sossego em tardes de sábado
Sim, foi eu
E você sempre me recebeu com sorriso de cinta e tamanco e conversa
Que sempre me aguardou com braços abertos de castigo e dever de casa
E é por isso que ainda estou de pé
E assim, envelhecemos e quanto mais o tempo passa, mais nossas idades se aproximam
Contrariando a matemática e a lógica
Pois amor de mãe, por mais que se conte, não tem quem entenda
FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS AS MÂES





" Era uma estrada esburacada e poeirenta, Cassiano dirigia e ELE ia no banco da frente, eu estava atrás fumando meu cigarro.
Chegamos e ELE foi o primeiro a entrar na sala.
ELE chegou e elogiou o bolo de cenoura, ELE comentou sobre as ondas conosco.
ELE tava lá quando eu pedi uma são francisco depois de duas buds e uma velho co limão e ELE só na coca zero.
ELE me disse
-Você ainda aguenta velhão?
Eu ri fumando meu cigarro
E hoje não é Ele quem eu vou trombar de manhã e dizer -E ai negô? Firmão, Xeu corre que ta no hora.
Fico feroz com deus por essas paradas
Cria ótimos personagens como ele, coloca em tramas bacanas e fazem ser protagonistas de nossas novelas diárias , mas no fim, deus faz sempre o mesmo enredo.
Mas, faz parte do jogo
É um jogo sujo, mas temos que jog-alo.
Então, brotherAlan Alvorada não vou dizer adeus e sim um até um dia, a gente ainda se tromba, pois naquele dia, tu não bebeu e foi embora me devendo esse trago



Quando tudo se vai e não sobra nenhuma coisa pra ver em frente
Quando as coisas se tornam obscuras e cruéis e tudo não é nada além de uma utopia
A esperança é o que nos move
É ela que mantém as cordas firmes
E por menor que seja a chance
Temos que crer
Seja em deus, nos santos, orixás, bispos, daime, rosa-cruz, diabo, são Cipriano, cubos de açúcar, magia, sei lá
Então, é com minha fé nesse brother de casa caiçara e sangue espartano
Que eu me apego na esperança



E é assim, infelizmente é assim,
Há dois meses estávamos juntos, rindo, brincando, tomando uma gelada na hora do almoço e por um momento, por um breve momento, fugaz, parece que as coisas estão realmente sob controle e que você pode abraçar o mundo com suas mãos
Mas os ventos da mudança sopram de um forma estranha e por vezes trazem tempestade e dor.
Não sou hipócrita a ponto de dizer certas coisas.
Acho que minha idade me da o direito de expressar certos sentimentos como "Merda! tanto escroto no mundo ocupando espaço e um cara bacana que morre?!"
É claro que agora o que resta é curtir a dor, tomar um forte trago de uma bebida(pra mim funciona, mas não é regra) e torcer pra que seus tambores toquem lá no alto, no céu ou acima dele onde repousam os justos
Vai irmão
Pega esse avião e curta essa jornada que te aguarda
Enquanto ficamos por aqui
calados, chorosos, irados, e incrédulos


E na hora que eu peguei no teclado, entre um trabalho de escola e outro pra relaxar, pra escrever alguma coisa bacana a bomba vêm.
Cruel e intensa
Uma dor de verdade, aguda e sangrenta.
E minha garganta se fecha e meus olhos marejam
Era um cara legal, um dos poucos caras legais que se tem por ai
A violência insensata dos dias atuais, dessa vez me assustou
O tipo de coisa que você não quer acreditar, não da pra aceitar e que resta é acreditar numa esperança mesmo que insana, num deus que por vezes parece distante.


terça-feira, 10 de junho de 2014

FANTASMA!

 photo Christmas-Gifs_02.gif




Ele acordou às 3:00 da manhã, assim, do nada, sem ter pesadelo ou coisa alguma, apenas acordou bestamente numa noite fria e besta qualquer como tantas outras que passara por sua vida.

Vida. Puta vida miserável que vinha tendo nos últimos tempos.
Uma porção de brigas estúpidas e sem sentido mas que vinham realmente lhe arrancando a carne dos ossos.
Ele estava cansado. Cansado da briga e do jogo e de certa forma cansado de viver tudo aquilo, todos os dias pela maioria das horas.
Foi até a cozinha, era um quarto e cozinha, pequeno e frio, mas era aconchegante.

Olhou a foto pendurada na porta e sorriu.
Aquela foto ainda era algo pra se apegar, às vezes, e pra ser honesto, na maioria delas, dava-lhe mais força que um Jesus pendurado na parede.
Serviu-se de uma dose dupla de seu Cutty Sark.
Ele sabia que tinha de estar no escritório na outra manhã e estaria.Dormiria, com sorte, umas duas horas de sono e depois enfrentaria o trânsito, a loucura, o chefe com cara de merda, a vida sem sentido algum. 

Lembrou-se de um rosto, de uma música e de um perfume.
Afastou-os da mente, mas eles não fugiam.
Seria bom tudo aquilo, poxa como seria, mas era um pedaço morto de um sonho desfeito, como tantos outros em sua trajetória.
Algo pra torturar de um jeito ou de outro, só pra machucar ferozmente quando, justamente, você não queria.
Estavam  entalhados em sua alma.
Fantasmas de promessas nunca cumpridas, tatuagens de fracassos eternos.
Mas era parte de uma vida pra qual ele morrera.
Olhou pela janela a noite fria, a lua encoberta por nuvens carregadas e sombrias. às vezes era assim, e talvez, fosse pra todo mundo de quando em vez, mas pra ele tinha sido demais, vezes demais, tempo demais.
Lembrou-se de pessoas, nomes e dias.
Pessoas para as quais ele não era nada além de um fantasma, morto e esquecido em algum canto e ele não tinha a menor vontade de assombrar.
Voltou à cama, tirou os chinelos e deitou-se.
Fitou o teto por alguns minutos e olhou as contas sobre a escrivaninha, em frente a tela do computador. 
Olhou pra baixo e viu seu corpo, velho e enrugado,os dentes em petição de miséria e o lençol rasgado e costurado uma centena de vezes. Olhou pra cozinha, ali na porta a foto, uma coisa pra seguir em frente.
Era uma última esperança, uma última cartada num jogo que ele vinha perdendo há tempos.
Era uma tábua de salvação em meio a um naufrágio, algo que traria um fantasma de volta à vida, não pra assombrar mas, pra viver e morrer, agora em paz, dessa vez em paz.
E, como que numa prece, ouviu uma canção não tão melodiosa, mas que naquela hora fazia todo sentido.





 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Bate-Papo

 photo hands.gif

 Ela sentou-se à mesa do bar e serviu-se de um café.
 Acendeu um cigarro assim que deu o primeiro gole.
-O meu é bem melhor. Disse de si pra si.
 Sua amiga chegou esbaforida e esfuziante como de costume.
 -Olá amiga! Como está?
-To ótima querida ótima mesmo.
-E ai? Resolveu seu “problema”?
-Claro! Ele está ali. Como eu disse, ele ficará. Ele TEM que ficar.
 A amiga olhou pra direção apontada. Não conteve o espanto.
-Assim? Ele vai ficar assim?
 -Vai e não dou a mínima. Eu to numa boa, o problema é dele.
-Sei, mas...Sei lá...Ele parece tão...Tão...Desalmado.
-E está. Não resta mais NADA de alma, ou vida, ou sonho, ou alegria nele. É apenas um robô. Servindo-me aos propósitos é o que me importa.
 -Tudo bem, até entendo seu lado, mas poxa...Ele até era legal.
-Pode até ser pra você. Mas pra mim...Aqueles textinhos horríveis, sentido-se o próprio “cara” E as músicas? Meu deus! Insuportáveis.
-Não gostava das músicas, alias, nunca nem ouvi pra ser honesta. Mas e de resto?
-Ele trabalha, trabalha como um burro. Segura as pontas, é lógico que é um fracassado em tudo, mal faz o arroz com feijão, mas sei que se complicar, ele sai e arruma mais um emprego. Que trabalhe, que se dane, que morra trabalhando, mas..Espera um pouco. Mexeu alguma coisa no celular.
Devia ser um desses apps modernos, os tais androids...
-Nossa como ele é feio amiga!
 -Mas se ele é feio assim, por que tanta questão de ficar com isso?
-Você acha que é fácil encontrar um babaca desses, pra segurar a onda. Eu não trabalho, não estudo, não arrumo a casa e ele ta lá e ainda por cima, consigo com alguns truques deixa-lo à mercê do que preciso. Concordo, não tem luxo, mas não tem perrengue e me é cômodo. Leva as crianças pra escola, busca da escola, lava louça, só falta aprender a cozinhar. Mas eu to dando um jeito de arrumar isso.
-Mas ele fala?
-Resmunga um pouco, mas nem dou ouvidos. Ele que se dane.Eu sei o que eu passei.
-Mas será que passou mesmo?
-Passei e passei! E ele tem que pagar tem que sofrer.
-Mas você também não sofre com isso?
-Sofrer até sofro, mas você é louca de pensar em sofrer num ônibus lotado? Um chefe? Uma conta pra pagar? Isso é sofrer e desse mau eu não sofro.
-É...Isso é mesmo uma boa.
Ele ficou ali parado.
Não trazia nenhuma expressão em seu rosto, em seus lábios.
Seus olhos eram de um cinza desbotado e moribundo.
Então se levantou e foi cuidar dos afazeres.
Errara e agora pagava com a alma seu preço.
Não pensava em justiça.
Não pensava em sorriso, nem vingança.
Tinha um dever e o cumpria.
Mesmo que sua alma fosse apenas pó.