No carro, no trânsito homicida e brutal
No meio do centro, entre os prédios cinzas e paredes de cobalto
Na fumaça do cigarro que baila misteriosa
Emergindo flamejante em seu costume marcial
EU VEJO VOCÊ
No sorriso embalado pela bebida que destila as mazelas
Nas mãos dos pintores eternizadas em suas telas
Nas canções gritadas parcas de técnica e cheias de emoção
Em filas de supermercado, eu, velho, abjeto e sem nenhuma razão
EU OUÇO VOCÊ
Sem querer te guardar
Sem querer te prender
Sem conseguir te definir
Sensível demais pra tentar entender
EU SINTO VOCÊ
E é o que me basta pra seguir
E é o que faz esse rabugento sorrir
E é o que me faz querer queimar em seu fogo
Pra que ele me consuma, me mate e me enlouqueça
Pra que ele dure até se extinguir, não importe o que aconteça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Brothers and sisters. it's time to talk!!!