sexta-feira, 1 de novembro de 2013

MILITANDO EM MILILITROS

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Entrei no carro, liguei o rádio e comecei a andar. É claro que de uma forma ou de outra achava que aquilo não fazia o menor sentido, mas Ora bolas! Que vá tudo à merda!
O dia estava claro e com uma temperatura amena e sentia que o Sol me alimentava a alma naquele momento.
Cheguei ao local marcado, estacionei o carro, desci a rua e entrei no saguão do prédio.
Eles estavam a minha espera, Carl, Geena, e Perks, quem eu não via a muito tempo.
-Oi, Geena!
-Fala Cliff! Você vai ao banco antes?
-Sim, depois que tal biritarmos um pouco?
-Cliff seu pinguço! A reunião é lá em cima. Temos que ir pra lá.
-Não sei. Pra mim o melhor a fazer é ficar tomando umas e esperar o resultado como quem espera a morte.
-Vá ao banco depois a gente vê isso.
Fui ao banco, paguei contas, parcelei contas e vi a cara da morte no meu extrato bancário.
De um lado a pressão arterial, o estômago com problemas, a miopia aumentando e o joelho que nunca ficava bom, de outro as dívidas e a eterna falta de grana atacando todos os meus flancos como uma falange espartana.
Entramos no prédio, subimos pelo elevador por 10 longos andares, enquanto observava no espelho minha velha pança lotada de cerveja e vida desenfreada.
Chegamos ao local e fomos recebidos por um cara com cara de vassoura que não nos deixou participar da tal reunião.
Quando a porta se abriu, pude ver de relance QUEM estava lá dentro e comecei a sentir um tremendo cheiro de merda predizendo o que sairia de lá.
Ficamos aguardando o elevador e eu olhava pela janela. Devíamos estar a uns 80 metros de altura.
A cidade e as pessoas assim, em miniatura até pareciam boas.
Descemos e ao sair, sem ter conseguido entrar na reunião, convenci o pessoal a ir até o bar mais próximo pra beber um pouco.
Eu era mesmo má influência, despertava más tendências.
Fomos até um bar onde se podia fumar enquanto bebia coisa rara atualmente e lá acabamos encontrando um monte de gente que estava ligada naquela onda.
Nunca tive uma posição favorável às massas, ainda mais em bares, mas nunca fui esnobe, então juntamo-nos ao resto do bando de gente que estava esperançosa quanto à tudo aquilo.
Uma parte do pessoal estava enlouquecido, bolando planos extremamente absurdos, outra parte estava furiosa, querendo explodir bombas e mais um monte de coisas.
Eu sinceramente estava indiferente.
Fiquei bebendo meu “sour “como um louco, como sempre bebi. Bebendo e bebendo sob o Sol.
Militando apenas com meus mililitros etílicos que me deixavam felizes o suficiente porá encarar os problemas.
Não estava dando à mínima nem pros loucos, nem pros enfurecidos.
Vez por outra soltava uma frase qualquer pra participar da conversa, mas sinceramente não me importava. Sabia que os sonhos não se concretizavam assim tão facilmente sem uma estratégia bem formada e que só vontade sem razão não levava ninguém a lugar nenhum.
Por fim, Big Bull Clint chegou trazendo os resultados.
É claro que não tinha dado nada certo.
É claro que os enfurecidos estavam ainda mais putos e os enlouquecidos ainda mais furiosos.
E é claro que eu segui bebendo o quanto pude até ser enforcado pelo trabalho, pelas contas e por tudo que nos cerca mais uma vez


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Brothers and sisters. it's time to talk!!!