quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Observações sobre canções que cortam em momentos despretensiosos

(Ou só um dia pra chorar)


Já tinha uma boa pancada de dias que Blake evitava a maquina de escrever como se ela fosse feita de algum tipo de câncer, algo visceral e maquiavélico como uma chaga infernal.

Estranho. Blake sempre gostou de escrever. Na verdade, era uma das únicas coisas que ele conseguia fazer com alguma decência na porra da vida, mas naqueles últimos dias ele fugira dela.

Falta de inspiração, uma grande maratona de cinema e cansaço e seu respeito pela máquina era tão grande que ele não gostaria de sentar-se junto a ela de cabeça vazia.

Acabou acontecendo assim, numa manhã qualquer de agosto. Ele se olhou no espelho e percebeu o quanto estava velho. Não que isso fosse uma surpresa pra ele, mas naquele momento tudo lhe pareceu ainda mais claro que de costume.

O copo com scoth deposto sobre a mesa, e o barulho vindo do quarto...Foram como uma bala no peito.

Que porra havia ele se tornado?

Será que o velho caubói só esperava pela ultima bala pra ser mandado pro inferno e descansar sua torturada alma em paz?

Será que era isso mesmo o que tinha guardado pra si?

Não soube responder uma velha pergunta que já se havia feito inúmeras vezes antes.

Algumas pessoas subiam e sumiam de sua vista e agora, quando o olhavam, era como se vissem um exótico animal.

Ele nem dava mais a mínima. Nem valia a pena.

A brasa do cigarro queimou-lhe o dedo e ele acordou.

Pelo menos ainda era capaz de sentir dor, o que era algo bom.

Foi ao quarto e olhou. Ouviu o som do despertador que pra ela não era nada.

Voltou à sala e ligou o radio.

A musica começou a tocar e não restou nada a fazer alem de chorar.

Por ele mesmo e por tudo que foi.

I hurt myself today

To see if I still feel

I focus on the pain

The only thing that's real

The needle tears a hole

The old familiar sting

Try to kill it all away

But I remember everything

(Chorus)

What have I become?

My sweetest friend

Everyone I know goes away

In the end

And you could have it all

My empire of dirt

I will let you down

I will make you hurt..

I wear this crown of thorns

Upon my liar's chair

Full of broken thoughts

I cannot repair

Beneath the stains of time

The feelings disappear

You are someone else

I am still right here

(Chorus)

What have I become?

My sweetest friend

Everyone I know goes away

In the end

And you could have it all

My empire of dirt

I will let you down

I will make you hurt

If I could start again

A million miles away

I would keep myself

I would find a way





Um comentário:

  1. Parecia mais do que culpa
    As asas cortadas pela queda
    A eternidade por um amor
    E o gosto do sangue na boca

    O caminhar lhe pareceu mais prazeroso
    Poder encarnar a criação perfeita
    Sentir o frio da madrugada
    Lhe arrepiar os pelos

    Vagar apenas...

    O prazer do amor, já pesa sem culpa
    Nos põe assim,filhos ingratos
    A fim de alcançar um paraiso soberbo
    Jesus em Extase

    ResponderExcluir

Brothers and sisters. it's time to talk!!!