terça-feira, 9 de novembro de 2010

7° Dia



107 Varas Murchas


Eu me lembro que tudo começou com uma manhã clara e de tempo ameno. Nos mandaram lá pro lado de baixo e seguimos sem perguntar nada. Não fazia mais a menor diferença saber ou não pra onde éramos mandados, Uma Aushwitz em miniatura e sem gás.
Ela entrou. Devia medir um metro e oitenta e tinha uma bunda simplesmente SENSACIONAL! Seios vulcânicos pulavam dentro de um decoto generoso e a cara, se não era bela, também não era má.
Havia 107 caras lá dentro e todos estavam de pau duro e eu, não fugi a regra.
Mas de repente tudo começou a desmoronar.
A porra da mulher era irritadiça como o diabo. Tratava a todos como dementes e estúpidos, numa grosseria que era de se admirar.
-Cara, essa mina é o demônio.
-Deve ser mau comida por ai.
-Que rabão.
-Filha da puta.
Eu ouvia os comentários falados baixinho, escondidos e contritos um a um.
Era uma situação difícil.
Cada vez que ela pegava o microfone e começava soltar as balas de ódio , imaginava enfiar-lhe a pica na garganta até afogá-la com os bagos.
Nos deram um tempo de uns 20 minutos e saltei atrás de café pra entremear com o cigarro. Na hora que estava chegando próximo a mesinha ela estava lá. Olhei pro rabo. Era grande. Olhei pros peitos. Eram grandes. Olhei pra cara.Não havia nada. Apenas uma petulância crônica e boçal.
Fui pra fora, acendi meu cigarro e me sentei.
Uma brisa leve soprava e era difícil entender por que as coisas eram desse jeito.
A sirene tocou. Entramos e nos sentamos. Agora eram 107 picas murchas numa besta manhã.

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Brothers and sisters. it's time to talk!!!